Data celebra Nossa Senhora da Conceição da Praia, título único no mundo e ligado à formação histórica e religiosa de Salvador.
O feriado de 8 de dezembro, que muda a rotina de serviços e comércio na Bahia, não é apenas uma pausa no calendário: é o dia dedicado à padroeira do estado, Nossa Senhora da Conceição da Praia. A celebração é considerada a festa religiosa mais antiga do país, com quase cinco séculos de tradição.
A data reúne fé, história e muita devoção, e chama atenção por um detalhe: só na Bahia a santa recebe esse título, “da Praia”. O nome não é oficial no resto do mundo e nasceu aqui, por causa de uma característica bem baiana: a igreja original ficava tão perto do mar que as águas batiam na porta da capela.
Como surgiu a devoção
A imagem de Nossa Senhora da Conceição chegou a Salvador em 1549, trazida de Portugal pelo então governador-geral Tomé de Souza. Ela foi colocada em uma pequena capela de taipa no bairro do Comércio, exatamente no local onde hoje fica a Basílica da Conceição da Praia. Por ficar “na beira do mar”, os devotos começaram a chamar a santa de “Nossa Senhora da Conceição da Praia”. O apelido pegou, virou tradição e, mais tarde, foi reconhecido pela Igreja como título próprio.
Por que esse dia é feriado?
A comemoração do dia 8 de dezembro é antiga e já fazia parte do calendário baiano desde o período colonial. A data celebra a Imaculada Conceição, dogma que afirma que Maria nasceu sem pecado. Mas, aqui, ganhou ainda mais força por causa da posição da santa como protetora do estado, símbolo espiritual e cultural de Salvador.
Como é a festa
Todos os anos, milhares de fiéis lotam a Basílica da Conceição da Praia, no Comércio, para participar das missas, alvoradas e da tradicional procissão que percorre as ruas do bairro. O cortejo reúne baianos, turistas e autoridades e marca também a abertura do ciclo de festas religiosas que seguem até janeiro.
Ligação com outras tradições
Além de ser a padroeira da Bahia, a Conceição da Praia é ponto central de outras grandes celebrações da cidade. É da basílica que saem eventos como o cortejo do Senhor do Bonfim e o Bom Jesus dos Navegantes, que fazem parte do calendário afetivo e popular de Salvador.
Patrimônio histórico
A atual basílica é tombada pelo Iphan e guarda, dentro dela, a capela primitiva, a primeira construída na capital baiana. Considerada uma das igrejas mais importantes do Brasil, ela mantém viva parte da história da fundação da cidade.
